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sábado, 26 de outubro de 2013

Notícias do Mundo: Africanos arriscam suas vidas para fugir da guerra!

Africanos arriscam suas vidas para fugir da guerra e da perseguição!


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Olhando além do superficial, pode-se perceber que a história de muitos dos migrantes não é apenas a busca por uma vida melhor. Muitas vezes, estas histórias serão de fuga da perseguição ou do conflito domiciliar ou até do pagamento de suas economias para contrabandistas que prometem sua travessia para as seguras costas europeias.
O naufrágio de um barco que transportava cerca de 500 migrantes em 3 de outubro, matando pelo menos 181 deles, é o mais recente de uma longa série de acidentes em que migrantes vulneráveis pagam com suas próprias vidas após falhas em navios, classificados muitas vezes como "incapazes de navegar".
O líder religioso Mussie Zerai, presidente da agência Habeshia, que trabalha em nome destes migrantes, diz acreditar que a maioria dos envolvidos no naufrágio da última semana era cristã.
"Dei uma olhada na lista dos sobreviventes e 90% são cristãos", disse ele. "Estão vindo da Eritreia e da Etiópia. A situação é muito ruim porque, politicamente, há um ditador na Eritreia e eles vivem sem um tipo de liberdade ou democracia. Muitos cristãos são perseguidos por causa de sua fé. Para eles, não é fácil viver na Eritreia neste momento".
Um migrante etíope que, em outro momento, sobreviveu à mesma travessia impactou os meios de comunicação europeus quando, em sua defesa, cinco grupos de direitos humanos escreveram uma carta para o então ministro das Relações de Imigração e Asilo dos Países Baixos, para que lhe fosse concedido o direito de permanência.
Abu Kurke Kebato, o migrante etíope, de 20 anos, foi um dos nove sobreviventes de um barco que transportava 72 pessoas. Eles tinham saído da Líbia e conseguiram apenas definhar no mar por duas semanas antes de voltar para a costa da Líbia.
Kurke Kebato disse à BBC que, depois de seu retorno à Líbia, ele foi detido pelas autoridades enquanto estava "a caminho da igreja". "Após seu regresso forçado à Líbia em 2010, o Sr. Kurke Kebato foi, então, detido por oito meses, durante os quais ele alega ter sido submetido à tortura e a um tratamento cruel, desumano e degradante", escreveram as cinco organizações de direitos humanos.
Ele tentou, com sua esposa, pela segunda vez, chegar à Europa e obtiveram sucesso. No entanto, havia uma determinação de deportação dos Países Baixos para o casal, até que organizações de direitos humanos interviram. Ele vive lá atualmente, e diz que é "feliz em uma democracia".
Representante do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, ACNUR, Adrian Edwards, concorda que, quando se torna uma questão de vida e morte, muitos migrantes parecem ter pouca escolha a não ser fugir de seus países de origem.
"Devemos pensar na tragédia que está por trás disso, que é o que muitas destas pessoas devem, provavelmente, ter passado, para terem fugido da guerra, da perseguição, dos abusos contra os direitos humanos em seus próprios países; então isso é uma tragédia tremenda de múltiplas camadas", ele disse à BBC.
O navio tinha partido da Líbia, mas muitos de seus passageiros já tinham viajado uma longa distância em sua tentativa de chegar à Europa. De acordo com a ONU, a maioria dos passageiros do barco, que naufragou próximo à ilha de Lampedusa, na costa da Itália, era da Eritreia e da Somália, que distam cerca de 3200 km da costa da Líbia.
O número de imigrantes que morreram enquanto tentavam chegar às fronteiras da Europa nos últimos 25 anos aumentou para quase 20 mil. Dados da ONU apontam que 3 mil pessoas tentam fugir mensalmente da Eritreia, e grupos de direitos humanos dizem que o país tem se tornado uma prisão gigante, com estimativas de cerca de 10 mil prisioneiros políticos.
A Somália, por sua vez, tem sido devastada por duas décadas de guerra, e em grande parte sob o controle do grupo de militantes islâmicos al-Shabab. Até o momento, mais de 30 mil imigrantes viajaram para a Itália pelo mar neste ano, incluindo 7500 da Eritreia, mais a mesma quantidade da Síria e 3 mil da Somália, de acordo com a ONU.
"Todos os meios de comunicação de massa, todas as organizações internacionais e a sociedade civil precisam pressionar a comunidade internacional a fazer algo para mudar a situação", afirmou o líder cristão Zerai ao World Watch Monitor, agência que noticia casos de perseguição a cristãos. "Na Eritreia, assim como na Etiópia, precisamos de mais liberdade, democracia e paz. Esta é a solução. Podemos fornecer-lhes asilo, mas isto não é a solução".
Em maio, a World Watch Monitor informou que a perseguição religiosa na Eritreia está em seu "mais elevado nível e tem se agravado", de acordo com a Portas Abertas.
Acredita-se que o número de cristãos encarcerados na Eritreia, por conta de sua fé, esteja em torno de 1.200, embora algumas estimativas afirmem que o número esteja acima de 3 mil.

A Eritreia está classificada em 10º lugar na Classificação de países por perseguição. "Quando os cristãos (na Eritreia) são descobertos, eles são presos e mantidos em contêineres em acampamentos militares. Pelo menos 105 cristãos foram presos em 2012, e, segundo relatos, 31 cristãos foram mortos na prisão".

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