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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Abordagem de 1Co.9:22 por Rev. Eraldo Gueiros



“Eu não fiz o suficiente...”

Por Rev. Eraldo Gueiros
(Reflexão Semanal Escrita 05/01/2010)
Um de meus filmes prediletos que já assisti repetidas vezes é “A Lista de Schindler”; especialmente o momento final quando seu protagonista diz: “...com esse carro, eu poderia salvar pelo menos mais 8 ou 9 vidas. E esse anel, é de ouro, pelo menos mais uma vida. Uma vida mais... Eu não fiz o suficiente...”. Então aquele que havia sido seu secretário e contador na fábrica lhe diz: “Olhe em sua volta, aqui a mais de 100 vidas que o senhor salvou...”.
O filme sempre me faz lembrar das palavras do apóstolo Paulo em 1Co. 9:22: “Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns”. Está claramente identificado qual era o propósito maior, a motivação ministerial de Paulo: eram vidas!
Quando olho ao meu redor, e Deus permita que sua experiência seja diferente da minha, e vejo as grandes discussões eclesiásticas, e a prioridade nos investimentos “evangélicos”, eu me questiono: Qual tem sido a nossa real motivação no Reino de Deus? Chamo de ‘real’ não o que falamos, mas o que praticamos de fato.
Será o de construir templos? Enriquecer nosso currículo teológico? Possuir um programa na mídia? Alcançar posições eclesiásticas na denominação? Preservar o estilo litúrgico que me agrada? Está ligado ao “roll sociate” dos empresários e políticos evangélicos da cidade? Promover os grandes eventos públicos da igreja?
Não se engane, porque há muita gente correndo atrás disso. Fazendo desses projetos sua grande motivação. Acredito coerentemente que cada projeto desse possui sua importância estratégica, mais eles não podem ser um fim em si mesmos. E boa parte das vezes são!
Creio que essa é uma das sutilezas do inimigo, para nos distrair do foco principal que é a salvação de vidas. Se esses projetos não facilitam a nossa prioridade, tenha certeza, elas acabam se tornando a própria prioridade, e nosso tempo será roubado.
Tenho acompanhado vários exemplos. Amigos que sonhavam ir a televisão para ter um programa evangelístico, e hoje criaram apenas mais um programa para crentes. Amigos que ousaram se aproximar de empresários e políticos “evangélicos” para facilitar a promoção de campanhas evangelísticas, e acabaram seduzidas por um cargo publico de assessoria. Gente que sonhou ver uma igreja explodindo de gente, hoje se tornou quase um arquiteto de prédios, e muito deles vazios.
Precisamos resgatar o nosso foco, a nossa missão e ser motivada por ela. Precisamos gastar e nos deixar gastar pelas vidas que ainda estão perdidas, e algumas delas, ainda dentro de nossas casas. Perdemos muito tempo com coisas secundárias, e investimos muito em áreas que mais nos beneficiam do que naqueles que realmente precisam.
Vou dar um exemplo pessoal. Sempre compartilhei essa visão missionária na minha igreja. Em nossa ultima reunião com as lideranças de sociedades e ministérios, gastei um bom tempo para renovar essa visão. Pois quando recebi o planejamento das programações de 2011, percebemos que haviam mais programações para crentes, do que para ganhar os perdidos. Será que eles perderam a visão? Com certeza não. A maioria nem percebeu essa desproporção. Eles estavam muito bem intencionados e todas as programações eram muito boas. Mas sutilmente, se aprovássemos todos os planejamentos, esse ano seria menos evangelístico. A igreja faria menos pela obra missionária. Resumindo, menos pessoas ouviriam falar do Amor de Deus.
Não desejo fazer desta reflexão uma crítica a quem quer que seja, Deus sabe o meu coração. Desejo sim alertar, despertar, produzir uma reflexão. Precisamos usar nossos dons e talentos a serviço do fim proveitoso para o qual Deus nos deu, e não para os nossos próprios projetos pessoais. Voltando as palavras de Schindler: Estamos fazendo o suficiente para resgatar mais vidas para Jesus?
Uma boa semana de evangelização!

(Rev. Eraldo é pastor há 11 anos da Igreja Presbiteriana do Jordão Alto. Casado há 8 anos com Erika Patrícia e tem duas filhas: Raquel (5 anos) e Rute (2 anos). É presidente do Presbitério Centro do Recife e coordenador do Projeto Apocalipse 1:11).
 

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