Mas em nada tenho
minha vida por preciosa, contanto que
cumpra com alegria a minha carreira...!
At. 20:24
Por Rev. Eraldo Gueiros
(Pastor da Igreja Presbiteriana do Jordão Alto. Secretário Presbiterial e Sinodal de Missões da IPB. Professor das disciplinas de Evangelismo, Discipulado e Missões do Centro de Educação Teológica do Recife)
Uma
das coisas mais importantes na vida de uma pessoa é o entusiasmo. O dicionário
define essa expressão com duas palavras chaves: paixão e inspiração.
Alguns poderão dizer que o entusiasmo é um sentimento muito superficial,
temporário, incapaz de mudanças mais profundas. Posso concordar com todas esses
acréscimos, mas ninguém pode discordar que é o entusiasmo que responde pelo
nosso primeiro impulso. Ele o sentimento inicial que nos move, que nos agita,
que nos impulsiona, que nos faz mais criativos, etc. Sem entusiasmo ou não
saímos do lugar, ou fazemos algo aquém de nossa real capacidade.
Quando
penso nas coisas do Reino de Deus, imagino que a nossa geração está mais que
capacitada para cumprir o Ide de Jesus. Não nos falta informação, treinamento,
recursos e oportunidades para falarmos de Jesus, nem para realizarmos projetos
sociais, educativos, etc. O que nos falta é entusiasmo!
Robert
Coleman escreveu em um de seus livros sobre evangelismo: “Quando nos
deixamos mover pelo Espírito, a evangelização é tão inevitável quanto
contagiante”. Eu creio que uma das obras mais espetaculares do Espírito
Santo é regular o nosso entusiasmo. Visto que somos constantemente bombardeados
por situações adversas, em todas as áreas, e às vezes, em muitas delas ao mesmo
tempo, o Espírito precisa nos manter entusiasmados para não desistir diante dos
obstáculos que ainda virão.
Quando
olho para Paulo, tendo que fazer tendas para suprir suas necessidades,
vivenciando os perigos eminentes do campo missionário, ainda resistindo às
perseguições, constato que tremendo entusiasmo o Espírito Santo lhe dava pela
causa do Reino de Deus. As adversidades que traziam dificuldades e até perigos
de vida, não eram nada comparado a alegria de cumprir a carreira e o ministério
que Deus lhe havia dado.
Qual
a diferença de Paulo e nós? Será na carreira ou no ministério que Deus nos tem
dado? Com certeza a diferença está no entusiasmo. Porque Paulo não desistia de
suas viagens ou dos irmãos que visitava quando não havia recursos suficientes,
ou quando havia oposição, ou diante do cansaço? Porque muitos de nós já desistimos
de igrejas, já paramos ministérios e abandonamos atividades? Sem dúvida, foi
porque acabou o entusiasmo!
Precisamos clamar a Deus que nos encha de uma
porção dobrada de entusiasmo do Espírito, para retomarmos quem sabe, muita
coisa em nossas vidas que ficou para trás de uma visão missionária e
evangelística. Acredito que o primeiro passo para restaurarmos o nosso
entusiasmo pela obra é a oração contínua (como a de Jacó – Gn.32:26). O
segundo, acredito que é “Lembra-te de onde caíste, arrepende-te, e volta a
prática das primeiras obras... (Ap.2:5).” O você precisa resgatar das tuas
primeiras obras a partir de hoje?
(Reflexão escrita em 16/10/2009 para o correio eletrônico do blog)